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Gerenciamento de crise

Sou jornalista e trabalho em um órgão público. Portanto, eu e a equipe de comunicação com que trabalho estamos acostumados a lidar com crises. Mas, quando a crise é aqui em casa, entre os felinos, eu não sei, não quero e não faço a mínima ideia de como administrar o caos.

É uma longa história! No começo da semana, quando o zé chegou em casa na hora do almoço não encontrou o chico. Me ligou:

– Amor, não encontro o Chico em lugar nenhum, chacoalhei o potinho de petiscos e ele não aparece. Ele estava em casa, quando vc fechou a porta pela manhã?

– (Respiro tentando me controlar, revejo a cena da manhã e tenho certeza de que sim, ele estava lá). Amor, claro que estava, já viu atrás da poltrona?

Zé desliga, eu penso se volto a trabalhar ou se corro pra casa aos prantos (sim, eu sou dramática!). Pondero, sou uma mulher adulta e o Chico é “só” um gato, não posso deixar de trabalhar pq meu “só um gato” resolveu sumir (eu não acredito nessa ponderação, não é só um gato, é o meu piquitinho preto mais lindo do mundo, que depende de mim, que nunca pisou na rua, indefeso etc. etc).

Zé liga minutos depois e explica:

– Encontrei o Chico escondido atrás da poltrona, enrolado em uma sacola plástica, muito assustado e aparentemente com dor…

Me digam, como passa uma tarde de trabalho imaginando o que, diabos, aconteceu com o Chico, que passou o resto da tarde desconfiadíssimo, arrepiando pra Alice e fugindo do Zé… Cheguei no fim da tarde, levamos à veterinária, ela constatou a dor, deu uma injeção de antiinflamatório, ele voltou pra casa, Alice, uma linda, sentiu o cheiro estranho, mas deu umas lambidinhas nele e boa.

Ele está melhor, mas ainda dolorido. Essa é a primeira crise.

Alice anda coçaninho a orelha, pendendo a cabecinha, sinal de otite, claro. Levamos a bela pra veterinária. Realmente, ouvido inflamado. Pq? Pq, provavelmente, senhor Chico anda lambendo demais a orelha dela e a deixando úmida. A assistente da veterinária (que pegou uns cem bichos naquele dia) alisou a Alice até cansar.

Chegamos em casa e o que acontece? Chico acredita que trocamos Alice por qualquer outra siamesa gordinha que passava pela rua. Cuspiu, silvou, arrepiou, bateu. Alice, meu Deus, que delícia de gata, ficava arrulhando perto, correndo, chamando pra brincar, mostrando a barriga.

Não sei, gente, não consigo lidar com brigas entre eles! Tenho vontade de chorar! É assim mesmo?

Ele esqueceu da birra e começou a se aproximar dela, mas quando chegava perto sentia o cheiro da “bendita” assistente, paralisava e voltava atrás.

Peguei a mantinha deles, esfreguei na Alice até ela começar a balançar o rabo com vontade de me matar e fui tomar banho. Quando voltei pra sala, encontrei a bandeira branca hasteada. Mas, óh, não sirvo pra gerenciar crise de gato, não…

Que foi? Pra que o drama? Vc não sabe que eu sou irresistível??

Que foi? Pra que o drama? Vc não sabe que eu sou irresistível??

 

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