Arquivo mensal: dezembro 2012

Ausência

Pela primeira vez, vamos deixar os pequenos sozinhos por mais de um dia. Dá um apertinho… Sei que vão ficar super bem cuidados pela Andrea, nossa amiga que vai visitá-los todos os dias, mas ai, né?!

Pra levar a coisa mais na brincadeira, elaborei pra Andrea um manual da instruções. Ficou bem divertido! Vou transcrevê-lo aqui!

Pra todos que nos leem, feliz 2013!! Que seja um ano bem ronronento pra todos nós!

Tranqueiras – Manual de Instruções

Abrindo a porta

Existe um ser na casa que espera a mínima distração pra retornar à vida sem compromissos da rua. Não se engane! Esses lindos olhos azuis só querem te convencer a deixá-la sair. Ela costuma se posicionar atrás da porta quando ouve o barulho das chaves. É o plano de fuga!

Eu? Enganar quem?

Eu? Enganar quem?

Banheiro

Vou deixar uma caixa de areia na cozinha e outra no banheirinho da área de serviço. A janela do meu quarto vai ficar aberta, dando acesso à área pra eles. Num cestinho, pendurado logo acima da caixa que está no banheirinho, tem um rolo de saquinhos plásticos. Pode usá-los à vontade! Na garagem, dois lances de escada abaixo, tem um cestão de lixo pra jogar fora.

Não queremos falar da nossa intimidade

Não queremos falar da nossa intimidade

Ração

Gatos em crise de idade! Alice tem menos de um ano, mas a ração de filhote tava deixando a coitada obesa (você vai ver que ela emagreceu um pouquinho). Pode usar só a do pacote rosinha, que é pra filhote castrado. Os pratinhos descartáveis embaixo dos potinhos são pra colocar água. As formigas em casa estavam quase miando de tanta ração pra gato que comeram!

Sirva-nos, humana!

Sirva-nos, humana!

Água

Tem um potinho com água, que eu mantenho com aguinha fresca todo dia. Pra não me deixar triste, eles dão uma lambidinha ou outra, mas o que eles gostam mesmo é do potinho com água em cima do lavatório do banheiro do meu quarto…

Mimados? Nós? Imagina!

Mimados? Nós? Imagina!

Fim

Prontinho! Eles só vão sentir minha falta por causa desses dois detalhes: alimento e caixa de areia limpinha! Se quiser se divertir um pouquinho, tem brinquedos dentro do armarinho onde fica a televisão. Tirei deles esses dois específicos porque têm cordões e o Chico poderia se enforcar. Ele pira nesses dois bichinhos!

Já vai? Fica mais!

Já vai? Fica mais!

Dá uma coçadinha aqui, antes de ir?

Dá uma coçadinha aqui, antes de ir?

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o 1º banho a gente nunca esquece

Véspera de Natal, todo mundo se arrumando pra missa do galo e se preparando pra ceia. Chico e Alice tb entraram no clima e tomaram o primeiro banho da breve vida deles!

Esperei a hora da lesera (essa é sempre minha tática para fazer coisas terríveis com eles como cortar unha, dar remédio e outras maldades) e escolhi a vítima: primeiro as damas!

Alice foi uma lady, como era de se esperar. Nenhum miadinho, nenhuma unhada, nada, foi literal e “temporalmente” um banho de gato! Em menos de cinco minutos já estava cheirosinha e se secando ao sol.

O Chico também foi um bonzinho. Mas no caso dele, foi de choque! O gato simplesmente travou de medo! Depois do banho, que foi muitíssimo rápido tb, Chiquinho não parava em pé, ficou simplesmente paralisado por uns dois minutinhos e, aos poucos, foi voltando a si. Nos deu um bom susto, mas agora está lindo, preto e lustroso!

Estão os dois tão cheirosos que dá vontade de ficar apertando e fungando!!

Até ficar com o meu cheiro de novo vai um balde de saliva...

Até ficar com o meu cheiro de novo vai um balde de saliva…

Onde estou? Quem sou eu? Pq me afogaram?

Onde estou? Quem sou eu? Pq me afogaram?

Solzinho bom! Já que secador causa danos neurológicos na gataiada

Solzinho bom! Já que secador causa danos neurológicos na gataiada aqui de casa

Cortiço para gatos

Amar é falar pra caixa de supermercado se pode levar “aquelas três caixas grandes e iguais ali”, com a desculpa de que está mudando, já que ela nunca ia entender pq dois gatinhos de 20 centímetros de altura precisariam de tudo isso pra se sentirem felizes!

Vi no Ronron do Gato o quanto Darwin e Juca se divertiram com o condomínio pra gatos. Tendo uma gata em casa completamente enlouquecida com caixas, achei que ela seria o felino mais feliz do universo com um desses. Mas essa malandra já me consumiu recurso demais, portanto, não achei legal a ideia de investir meu rico dinheirinho em caixas de papelão.

Quando vi as caixas em que foram transportados os panetones na beirada do caixa do supermercado, não tive dúvidas!

A “montagem” foi uma festa só e, pela primeira vez na vida, a Alice pulou no meu colo! Eu estava furando a caixa no meu colo. Portando, ela pulou dentro da caixa no meu colo! Mas minha carência afetiva quer considerar que ela pulou no meu colo! Rs! Era gato dentro de caixa, era gato correndo atrás de retalho de papelão, eram dois gatos na mesma caixa, era gato investigando o furo na caixa, enfim, eles não sabiam mais o que fazer pra demonstrar tanta animação!

Pronto, meu condomínio virou cortiço pra gatos! Já que a a parência não é, nem de longe, das melhores. Aliás, desabafo: minha casa parece a casa da mãe joana – brinquedo esparramado, uma bolinha de papel em cada cômodo, caixas de papelão esparramadas e, agora, esse trambolho de caixas que só quem tem gatos entende! O Zé prometeu que vai melhorar a aparência do nosso cortiço, senão eu vou ter que sumir com ele durante o Natal. Não acho que minha mãe vai gostar da decoração nova!

Huuum, acho que falta um sofá...

Huuum, acho que falta um sofá…

Onde fica o toalete?

Onde fica o toalete?

Oi, irmã, veio me visitar? Fique à vontade!

Oi, irmã, veio me visitar? Fique à vontade!

Gostei daqui, como faço pra me inscrever no Programa Minha Caixa Minha Vida?

Gostei daqui, como faço pra me inscrever no Programa Minha Caixa Minha Vida?

Ai, gente como faz?

Antes de Alice e Chico, eu nunca tinha reparado quantos gatinhos sofrem nas ruas :(. Agora parece que eles insistem em cruzar o meu caminho. Eu fico com o coração na mão, mas não tenho muito o que fazer! Não posso levar pra casa, pq Alice estressa demais e não temos como separar ambientes, o apartamento é pequeno.

Ontem, paramos o carro perto de um restaurante e tinha uma ninhada inteira numa casa abandonada. Tão pequenininhos, comendo lixo. Ai, pensei neles à noite toda! Por outro lado, agradeci demais a Deus pelo fato de alguém com coração mais mole que o meu ter cruzado o caminho da Alice e da mãe do Chico um dia! Senão seria ela com uma ninhada agora e ele comendo lixo. Nossa, me aperta a garganta só de imaginar!

Daí, hj de manhã, o Zé chega no trabalho e tem um branquelão lindo, com a pata quebrada, miando. Ele tentou se aproximar, mas o bicho tá bravo, provavelmente por causa da dor. Vamos levar ração e tentar fazer amizade com o pequeno, pra tentar pegar e levar pra castrar e tratar a patinha, pelo menos! Mas que dá uma dor no coração, dá…

Essa foto é do primeiro dia do Chico em casa. Cresce igual alpiste, da noite pro dia, esse bichinho!

O que? Eu nasci na rua? Não foi na maternidade?

O que? Eu nasci na rua? Não foi na maternidade?

Festival de cuspe

Esse fim de semana, uma amiga decidiu adotar o segundo gatinho. Ela já tinha o Mingau, um parrudinho branco lindo, com 5 meses, e adotou a Margarida, uma rajadinha, pitiquinha, de quase dois meses. O desespero da Vê pra fazer os dois se aceitarem me lembrou o meu desespero com Alice e Chico.

Desde o começo, Alice se mostrou insegura com barulhos e presenças de outros animais. Era ouvir um miado da rua e começar a rosnar. Cuspia pros gatos da clínica veterinária. Uma ferinha. Mas uma docilidade extrema com seres humanos, a gente pode pegar, virar de cabeça pra baixo, dar comprimido, pingar remédio em ouvido, e ela continua linda, montada e sem mostrar as garrinhas uma única vez.

Antes de adotarmos o Chico, li tudo o que é possível encontrar sobre adaptações entre felinos na internet. T-U-D-O. Já tinha na cabeça em que cômodo ficaria Chico, como estariam dispostos os potinhos de ração, caixas de areia. Uma tática de guerra montada em casa. Mas, quando aquele saquinho de ossos pretinho simplesmente se jogou do meu colo no chão, tudo foi por água abaixo. Ele olhou pra Alice, lembrou da mãe e correu pro abraço! Levou uma patada fenomenal e uma cuspidela de cinema.

Alice bufou, gritou e se escondeu no guarda-roupas, de onde não quis mais saber de sair nem pra comer, nem pra beber água, nem pra nada durante dois dias! Mordeu, arranhou, bufou, emburrou. Eu cheguei a pensar que ela era movida a rosnado. Por onde ela andava, ia rosnando, reclamando.

E ele, miava. Só sabia miar! No segundo dia, desisti de ser mãe! Eu chorava! Chorava pq ele chorava, chorava pq ela não comia, pq não bebia, pq nos odiava… Se eu chorava por um gato miando, meu Deus, o que eu serei capaz de fazer quando uma criança chorar desesperada?

Parte da estratégia, pegamos o Chico em véspera de feriado, no meio das minhas férias. Assim, no fim de semana José Carlos me ajudava e depois eu ficava com eles o dia todo. Eu acordei às 6h da manhã durante os três primeiros dias. Ia pra sala, abria pra Alice e ficava brincando com os dois. No terceiro dia, ela parou de bufar e ficou só no rosnado. E, pela primeira vez, demonstrou curiosidade. Daí pra começar a correr pela casa atrás do pequeno foi um pulo. Ainda patou o coitado mais uns dois ou três dias. Uma patada dela foi tão forte que o Chico virou cambalhota. Mordeu quando ele chegava perto demais por mais dois dias. No final de duas semanas eram os dois melhores amigos de infância.

Sei que fomos muito sortudos com o entrosamento dos dois. Li casos que demoraram meses e até anos pra se acertarem. A dica mais preciosa que tive foi: paciência! É preciso muita paciência. Além disso, no nosso caso, o que resolveu bem foi brincar bastante com os dois no mesmo ambiente. E, como estava de férias, aproveitei muito o momento indefeso de cada um (hora do soninho profundo) pra colocá-los bem pertinho um do outro. No fim, a insistência do Chico e a doçura da Alice falaram mais alto! E eu voltei a considerar a hipótese de ter filhos. Dois!

Quanto à Margarida e Mingau, em 24 horas já estavam assim trocando lambidas! Olha que fofura:

Acorda ele, tia?

Acorda ele pra brincar de bolinha, tia?

Feliway e o milagre da bolinha

Ai se eu te pego...

Ai se eu te pego…

Como eu já comentei por aqui, o comportamento da Alice mudou um bocado com a chegada do Chico. A última vez que ela brincou com uma bolinha foi em outubro, um pouquinho antes de eu ir buscá-lo na clínica. Depois, never more littlle balls… O que é uma pena pq é uma fofice! Não apenas pelas bolinhas, mas pq a sentia um pouco tensa, resolvi abrir o bolso (bastante) e dar a ela de Natal um Feliway difusor. Menos de uma semana de funcionamento e fez-se a luz, ou melhor, a brincadeira. Hj ela decidiu que as bolinhas são uma boa aposta.

Oi, bolinha, bom te ver!

Oi, bolinha, bom te ver!

Sim, os meus gatos são mimados. Parto do seguinte pressuposto: esses bichos vão viver o resto da vida deles encarcerados em um apartamento. O mínimo que posso fazer por eles é proporcionar um ambiente bom e favorável. Claro, não vou manter Alice movida no Feliway! Mas não custa fazer um agrado vez ou outra, né? Rs!

 

 

Ei, essa bolinha é minha!

Ei, essa bolinha é minha!

Ai, cansamos!

Ai, cansamos!

 

Tudo sobre eles…

Tudo nada, mas achei legal a ideia do blog do Ned, de escrever sete coisas principais sobre meus bigodudos!

Alice

Imagem
– Não resiste a fios. De manhã, adora mexer nos cadarços dos sapatos do Zé, enquanto ele os calça
– Contrariando a maioria felina, não é nem um pouco fã de Wiskas sachê. Lambe só o caldinho e é extremamente exigente com o que come
– Não existe no mundo gato mais fácil de medicar do que ela! Engole comprimidos com uma facilidade incrível
– Não há o que a faça desistir de afiar as unhas na cama box
– Dá uns miadinhos quando quer subir em algum lugar alto, como quem anuncia que vai cometer uma loucura
– Ama apaixonadamente se esconder em caixas de papelão
– Tem uma paixão silenciosa pelo José Carlos

Chico

Imagem
– Ama bolinhas de papel. Quando escuta a gente mexendo em papel já vem todo serelepe
– Tem a pupila direita menor do que a esquerda
– Pira com carinho nas costas e na barriga
– Adora lugares altos. Quando não consegue subir, dá um jeito de escalar com as unhas
– Come o que encontra pelo chão, seja isso comestível ou não
– Ronrona pra manipular a gente a fazer carinho e a Alice pra dar banho nele
– Mia quando ouve a minha voz

A Karina do Ronron do Gato e a Livia do I/0 Gatos nos visitaram, elas nem imaginam que eu li do primeiro ao último post tudo o que elas escreveram! Muito obrigada pela experiência e pela visita, meninas!

Chico Nego

Na primeira consulta com outra veterinária, depois que a açougueira abriu o barrigão da Alice, ela disse: é uma judiação deixar um gato sozinho o dia todo em casa, ainda mais fêmea. Então, decidimos que ela podia, remotamente, em um futuro distante, ter uma companhia felina.

Na segunda consulta, tinha chegado, das ruas, à clínica uma sialata com quatro gatinhos recém-nascidos: três pretinhos e uma sialatinha. Nem cogitamos.

Na terceira visita ao veterinário, ela nos ofereceu um deles. Eu nem considerei.

Quando percebemos o quanto a Alice sentia nossa falta, comecei a ler sobre o assunto. Unanimidade no mundo felino: dois é melhor que um!

Decididos e começamos a procurar um tigradinho… Mas, a veterinária nos convenceu a levar um dos filhotes da sialata da clínica. Todos vesgos!

Chico esperneou, arranhou, bufou quando o escolhemos. Não quis nem saber da gente! Quando chegou em casa e foi “educadamente” repelido pela Alice, se escondeu atrás de fogão, no motor da geladeira, enfim, onde dificilmente conseguiríamos ter acesso a ele. E chorava! Meu Deus como chorava! Ficou rouco de tanto miar! No segundo dia, eu passei a chorar com ele! Pensamos até em desistir. Passei a pegá-lo na marra pra fazer sessão de amassar gatinho. E ele ronronava e dormia. Mas quando acordava corria se esconder de novo. Foram dias terríveis, dias terríveis!

Mas, quando Chico se rendeu e se sentiu à vontade, se tornou um gato doce e querido. Faladeiro que só. Adorador de carinhos na barriga e no lombo. E, apesar de ser fiotão, nunca brincou de forma violenta com a gente, nada de arranhar ou morder. A única vítima de ataques “violentos”, “chaves de pesçoco” e “mordidas selvagens” é Alice!

O nome Chico, claro, em homenagem ao músico de que gosto (já que Alice escolheu José Carlos para amar incondicionalmente, eu sabia que o Chico seria “meu” – ou torcia muito pra isso). Os olhos verdes iniciais ajudavam a criar uma semelhança. Passageiros olhos verdes… Hj Chiquito tem dois olhões dourados, meio mel…

Pionhentinha

A zoiudinha da foto me conquistou! Já estávamos pensando em ter um gatinho, mas não tinha dado aquela coragem, ainda, sabe? O Pensamento era bem esse: a gente vive viajando, saindo depois do trabalho, será que vale a pena? Mas quando vi a foto da Alice (que achada na rua era Belinha) não resisti. Ela vivia numa pracinha, era magrela e cheia de pulgas, antes de ser resga-

Pra onde vcs vão me levar?

Pra onde vcs vão me levar?

tada.

A adaptação foi bem chatinha, pq o corte feito pra castração era simplesmente três vezes maior do que o natural. Ficou 10 dias tentando se movimentar com aquele coletinho pós-cirúrgico, tadinha! Parecia uma macaquinha!

Cresci ouvindo a máxima (que minha mãe repete até hj): gato gosta da casa e não do dono. Alice contrariou todas as previsões apocalípticas: nos seguia pela casa, nos esperava todos os dias religiosamente atrás da porta, conversava sem parar quando a gente chegava, brincava com a gente até cansar. O único problema era que todos os dias acordava às 5h30 com todo gás!

Só sei que foi assim…

Sou jornalista, naturalmente, escrever faz parte da minha rotina (nem sempre, ultimamente!). Mas, como jornalista, a gente não escreve só sobre o que quer. Portanto, os blogs são a salvação do jornalista que quer dar pitaco onde bem entende. Já tive outro blog, mas tá paradinho há quase três anos, coitado!

Acho que poucas pessoas leram mais blogs de gatos do que eu nos últimos quatro meses! Quando Alice chegou, quis saber tudo a respeito dela, ou melhor, da espécie dela! Sim, sou psíca com as coisas que quero saber. Fuço procuro, leio comentários dos outros, críticas. Não é assim só com gatos. Foi assim com o Eneagrama, com Game of Thrones, com os gatos… E com tudo o que me interessa muito!

Mas esse espaço aqui é só pra dividir as gracinhas, bonitezas, dúvidas e o dia a dia dessas ferinhas que mudaram um pouco a nossa rotina! Eu gosto de contar! Ainda mais quando tem gente interessado em ler!

O nome Caixa de Gatos veio pq, como obviamente quem tem um bigode em casa deve saber, não há gato que resista a uma caixa! Alice tenta se enfiar em cada uma delas, mesmo que elas tenham um terço do tamanho dela. E foi ela quem nos ensinou a admirar e respeitar esses ronronentos tão malquistos por tanta gente!